sexta-feira, 15 de março de 2013

À distância

Escuto o silêncio. Não olho para o que está à minha volta. Faz-me recordar tudo. Evito fechar os olhos. Esse é o caminho para as lágrimas. E para a puta da nostalgia! Evito a lembrança, as memórias mínimas que ficam afundadas no inconsciente. Custa mais do que relatam. As rotinas são madrastas; as rotinas dos beijos, do toque, do segredar ao ouvido. A rotina do amor continua, mas faltam os outros sentidos. Falta o amor com expressão. 
Sim, choro. Sim, todas as noites, mal me sento na cama do meu quarto que também parece teu. Tu és meu. O teu cheiro é meu. Mas a saudade é nossa. Este amor é nosso, não é da distância. Ela não nos rouba, não te preocupes. Não tenhas medo. Somos um a um metro de distância, somos um a um pouco mais de dezasseis quilómetros. 
Sinto saudades. Só isso.
Maria Violeta