quinta-feira, 28 de abril de 2011

Direcções opostas. Igual trajecto dos corações.

Gosto de um sorriso. Adoro quando me dirigem um sorriso. Principalmente vindo de ti. Sorris para mim do outro lado da linha de metro e eu absorvo e envio-te o mais intenso dos sorrisos. Gosto quando o fazes. Só não gosto de te ver partir na carruagem, na direcção oposta à minha. Na direcção oposta ao meu corpo. Mas fazes o mesmo trajecto que o meu coração, porque esse, sim, vai sempre contigo.
Com todo o amor,
Maria V.

Estou mesmo com vontade de dizer...

...PIM!
Maria Violeta.

B.

Há aquelas pessoas de quem gostamos. Há aquelas pessoas de quem gostamos muito. Depois, há aquelas pessoas de quem gostamos mais do que o nosso coração suporta. Tu és uma delas, Babis.
Da tua eterna,
R..

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para ti, sempre

Eis que morrestes – agora já não bate
O vosso coração cujo bater
Dava ritmo e esperança ao meu viver
Agora estais perdidos para mim
- O olhar não atravessa esta distância -
Nem irei procurar-vos pois não sou
Orpheu tendo escolhido para mim
Estar presente aqui onde estou viva.
Eu vos desejo a paz nesse caminho
Fora do mundo que respiro e vejo.
Porém aqui eu escolhi viver
Nada me resta senão olhar de frente
Neste país de dor e incerteza.
Aqui eu escolhi permanecer
Onde a visão é dura e mais difícil
Aqui me resta apenas fazer frente
Ao rosto sujo de ódio e de injustiça
A lucidez me serve para ver
A cidade a cair muro por muro
E as faces a morrerem uma a uma
E a morte que me corta ela me ensina
Que o sinal do homem não é uma coluna.
E eu vos peço por este amor cortado
Que vos lembreis de mim lá onde o amor
Já não pode morrer nem ser quebrado.
Que o vosso coração que já não bate
O tempo denso de sangue e de saudade
Mas vive a perfeição da claridade
Se compadeça de mim e de meu pranto
Se compadeça de mim e do meu canto.´
Sophia de Mello Breyner
Para sempre.
Maria V.

Os três cigarros diários

Ele fumava, enquanto ela olhava para ele atentamente. O sabor da saliva dele não era apreciado por ela, quando ele terminava de fumar. Por isso, ela mantinha-se afastada, esperando que o cheiro e sabor a fumo de cigarro saísse e evaporasse. Depois disso, ela queria-o, como um pássaro esfomeado quer alpista. A vontade de que o cheiro e sabor fossem anulados apoderava-se dela; ela queria com todas as suas forças que o cigarro ficasse apagado, a beata enterrada no chão de alcatrão. E depois, oh depois, poderia tê-lo. Só para si. Sem uma beata e monóxido de carbono a dividi-los, como se um pirilampo cintilante estivesse a interromper a noite escura. Ela queria a escuridão. Ela queria-o. Mas os três cigarros diários matam-na, mais do que os matam a ele. Mais rápido ela morre de saudades do que ele de cancro do pulmão. Mas, enquanto a morte não acontece, a vida suga-os e eles amam ser sugados pelo amor e pela vida.
Maria Violeta.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mutter

Posso não dizê-lo o número de vezes que tu gostarias. Posso não demonstrá-lo da forma que tu gostarias. Mas podes ter toda a certeza existente na Terra que sinto-o como ninguém e que esse amor é maior que a minha altura. Não digo, não demonstro, sinto. Recebe tudo o que tenho para te dar naqueles momentos escassos em que o demonstro. Mas não fiques triste, porque, cada vez mais, tenho mais amor para te dar. E para receber. De ti. 
De quem é tua, eternamente,
Maria.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sublime

Maria Violeta

Lisboa

Perguntaram-me qual era a cidade onde eu gostaria de morrer. Respondi, sem medos: Lisboa. Tem uma magia que, só quem a visita, conhece. Tem ruas escuras e recheadas de graffitis. Tem oficinas velhas com senhores velhos a arranjar sofás ainda mais velhos. Tem cães e gatos despreocupados. Tem lojas conceituadas e daquelas de que ninguém ouviu falar. Tem árvores e fachadas que são contempladas pela minha irmã. Tem poucas bicicletas, muito metro e demasiados barcos. Tem amor, muito amor, resmas de amor. É uma cidade que está à mercê de quem a frequenta, que se deixa moldar por aqueles que a consomem. É linda, é minha, é tua. Sempre, minha Lisboa.
Maria Violeta

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ser segura ou não ser... Não há questão!

A segurança constrói-se, sem dúvida. Mas há aquelas pessoas que são naturalmente seguras de si e dos seus comportamentos. Sabem que, independentemente do que aconteça de exterior a elas, nada as abala, nada fará cair a segurança tão sólida que existe à sua volta. Estou de acordo com tudo isto e digo mais: depois de uma análise, pude constatar que sou bastante segura de mim. Sempre me foi dito que me achavam muito segura, sem medos de mim. Sempre duvidei, até conhecer certas pessoas. Pessoas essas que necessitam de dizer e demonstrar que são seguras, mas, no entanto, não passa de uma máscara, de comportamentos que ajudam a criar alguém segura de si, sem medos da sua pessoa, mas que, na verdade, não o são. Falo de pessoas que necessitam constantemente de aprovação ou de um comentário sobre si, esperando sempre que os outros digam "nada disso, és linda!" e a pessoa continua a contrariar. Essa pessoa não é, de todo, segura. Ou então, pessoas que não sabem agir por si, necessitam sempre que o outro faça por si, não conseguem arriscar ou ganhar coragem. Não gosto disso, é insegurança pura. Gosto de pessoas que andem de nariz empinado, mesmo não sendo arrogantes. Gosto de pessoas que andem com confiança, mesmo no meio de um monte de pessoas. Gosto de pessoas que ouçam bocas, mas mesmo assim continuem a andar. Gosto de pessoas que vistam uma saia, mesmo quando todos os outros lhe digam que fica melhor de calções. Gosto de pessoas que transbordem segurança, sem medos de sorrir, mesmo quando têm os dentes pejados de ferros e aço. Gosto de pessoas que se mantêm sempre seguras, mesmo quando estão na fronteira entre a segurança e a insegurança. Gosto de ser segura e de conseguir fazer tudo isto. Hoje, acordei convencida e bastante segura de mim. Amanhã, logo se vê.
Maria Vi