quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma viagem no meio de tantas outras futuras

Parece que é desta que fico em Lisboa. Já não há cá "ah e tal, vais passar uma semana e alguns dias a outra cidade para criares laços e depois voltares para aqui tristíssima". Não isso já não fazem. Pelo menos, a mim. Inscrita na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, não deixo de ser aluna do coração da Escola Superior de Saúde de Santarém. Nunca, jamais em tempo algum.

Ontem, ao regressar, melancolicamente, a Lisboa, decidi que iria, brevemente, a Santarém. Despedidas ainda não tinham sido feitas. Por isso, hoje, deu-me na telha e resolvi ir de comboio até à cidade que me acolheu. Assisti ao baptismo, assisti a choros, assisti a ameaças de anti-praxe por parte de colegas, assisti a risadas, e, acima de tudo, assisti a grandes manifestações de carinho por parte de colegas e superiores (veteranos, vá) para comigo. A minha madrinha, um amor foi. A minha tia já quer estar comigo neste fim-de-semana. E não houve um superior que não fosse falar comigo, dar ar de sua graça e desejar a tão esperada boa sorte. No meio disto tudo, o superior M.P. veio ter comigo INÚMERAS vezes para me perguntar se não queria levar com um ovo. E prometeu visitar-me em Lisboa. Fortes ligações e histórias para recordar. Os beijinhos finais das colegas foram muito especiais. Apesar de cheirarem a tudo menos a rosas do campo, foram as mais queridas comigo. Um obrigada especial à L.D.. Esta viagem (ligeiramente atribulada) a Santarém vai realizar-se sempre que eu possa. Se não conseguir ir entretanto, em Novembro estarei no centro da cidade a ver-vos desfilar e a orgulhar a linda Enfermagem. Um obrigada imenso. Enorme.
Da que já sente saudades dos gritos dos superiores,
Maria Violeta.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eternamente

Tirar os lençóis. Passar a roupa das gavetas para as malas. Tirar a escova de dentes do lavatório. Buscar a comida ao frigorífico. Vazio. Um quarto vazio, mas que me fez feliz durante a minha estadia em Santarém. Esta cidade acolheu-me. Esta cidade chorou comigo, riu comigo. Esta cidade deu-me o privilégio de conhecer pessoas especiais e de quem - digo sem medo - vou ter muitas saudades. Lisboa é a do coração, mas Santarém será, durante muito tempo, a do pensamento. Porque momentos, pessoas e aprendizagens não se esquecem. Foi uma passagem, mas com tudo a que as passagens têm direito. Fiz o que devia fazer e fiz o que não devia fazer. Fiz tudo o que me passou pelos neurónios. Fui muito feliz nesta terra e, sinceramente, vou ter um aperto no coração, pois gostava de poder vê-la todos os dias. Um obrigada do coração às colegas lindas que choraram comigo. Um obrigada do coração à minha madrinha amorosa, que me abraçou logo assim que soube. Obrigada do coração às restantes superioras (principalmente à minha tia), pois os abraços sabem mais que bem. Obrigada a todos aqueles que fizeram com que esta experiência fosse, DE LONGE, das melhores da minha vida! Voltarei, assim que possa. Tenho muitos embelemas para oferecer, entretanto. Um dia, apareçam por Lisboa e prometo que ficam tão apaixonados pela minha cidade como eu fiquei pela vossa. Foi a melhor das viagens.
Daquela que é eternamente escalabitana e da ESSS,
Maria Violeta.

Palavras para quê?!

Maria Violeta

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Stuck in reverse

When you get what you want, but not what you need

Em menos de vinte cinco mil e duzentos segundos, eu saberei a minha morada dos próximos quatro anos de licenciatura.
Maria Violeta

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mais tarde, mas com mais amor

Hoje, ao telefone com as minhas pessoas, apercebo-me que me esqueci de algo tão importante. Para mim, foi um erro crasso. Nem sei como foi acontecer. Aliás, sei. A mudança de cidade, sozinha. Mas não é desculpa. Nada disto é desculpa para não ter dado, aqui, neste meu baú de cartas, os parabéns à pessoa que me alimentou por um cordão umbilical. No dia da minha mudança, 19 de Setembro, essa pessoa que me é tanto completou mais uma data. Cresceu, mas ficou mais bonita. Aos meus olhos, ficará sempre mais bonita. Apoia-me, incondicionalmente, e, apesar de ser a maior galinha, é a melhor mãe. Não me via sem ela, nem sem os seus telefonemas controladores. Não me via sem a sua vontade de eu estar ao lado dela, neste momento. Preciso mais dela do que de mim. Preciso que ela continue a completar aniversários e que eu esteja ao lado dela, a assistir a mais vitórias e sucessos. Preciso da sua força. Preciso dela, seja em Santarém ou Lisboa. Já não preciso do cordão umbilical, é verdade. Mas continuo a precisar das caixas com comidinha que sabe a comida da mãe. Preciso dos mimos. Preciso dela, incondicionalmente. Faça chuva, faça sol, faça vento, faça granizo ou faça trovões. Obrigada por existires e desculpa por não te ter enviado a carta na data certa. És a mais. 
Daquela que te ama com todas as suas forças,
Maria Violeta.

Biofísica e assuntos do coração

Sejam Leis de Newton. O primeiro de dia não foi mau. Eu diria bastante bom. 
Ainda espero por notícias. O que tiver de vir, que venha. Mas o que quer que seja, VENHA! Já vou tendo mini-ataques de pânico. Vá lá, de uma vez por todas. Estou farta de não saber qual vai ser a minha morada. Algo fixo, se faz favor.
Da sempre vossa, esteja onde estiver,
Maria Violeta


domingo, 26 de setembro de 2010

O-b-r-i-g-a-d-a

Obrigada a todos. Pelas palavras de apoio. Por irem acompanhando o meu sofrimento. Um obrigada do coração. Obrigada pelo calor.
Maria Violeta

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Madrinha

Na semana de praxes, nós, os bichos, temos de escolher um superior (vá, lisboetas, veterano) para ser nosso padrinho ou madrinha. Tem de ser o superior ou superiora com que nos identifiquemos mais. Tem de ser aquele superior com que tenhamos uma ligação, mesmo eles estando a praxar-nos. O convite é feito, sendo que cada padrinho ou madrinha só pode ter dois afilhados. E assim, eu escolhi a minha madrinha. Digo, sem medo, que foi a melhor escolha. Grita comigo de dia, mas também me protege. À noite, quando jantei em casa dela, graças ao leilão, mostra-me o quarto e conta-me histórias sobre ela. Tem imensos apontamentos e é super divertida. Já está no segundo ano de Enfermagem e tem pouco mais de um ano que eu. É a coisa mais querida de sempre! Mas não tenho só uma madrinha, não. Também tenho uma tia que é um doce: é afilhada da mesma madrinha que a minha madrinha. Ou seja, a madrinha delas é a mesma e é a minha avó. Como elas são as duas afilhadas da mesma superiora, são primas. O que faz com que a prima da minha madrinha seja minha tia. Complicado? Mas também tenho um bisavô. Um quase-enfermeiro
No tribunal de praxe - nós, os bichos, somos levados para uma sala escura, apenas iluminada com velas, onde se encontram todos os superiores - somos julgados pelos crimes cometidos durante a semana de praxes. Seja, ter ficado de ressaca no dia seguinte ao rally tascas ou ter tentado seduzir um superior ou superiora, por exemplo. Estamos todos dentro da sala, de costas para o centro, e somos chamados um a um. Uma superiora faz a acusação e depois os superiores decidem qual o julgamento para o bicho. Entre eles, é rebolar no meio de lixo ou beber um cocktail especial. E eu, GRAÇAS A QUALQUER COISA, não fui chamada. Aliás, poucos foram chamados. Mas só para se perceber quão amável e protectora a minha madrinha é: ela disse-me ontem que, se eu fosse chamada hoje ao tribunal de praxe, ela iria comigo e também sofria o castigo. Então, tenho a melhor madrinha de sempre, não?

Madrinha, é uma palavra um pouco diferente ultimamente. A minha madrinha de baptismo já não sabe nada de mim. Mas diga-se que a minha madrinha da faculdade é a melhor madrinha. Até arrisco dizer que substitui qualquer outra. Mesmo aquela que me segurou, no dia do baptizado, para o padre me molhar a cabecinha. 
Maria Violeta

Serei normal?

Sou uma coisa estranha. Não tenho dúvidas de isso! Num dia, acordo com vontade de ter acordado na minha cidade natal. À noite e no dia seguinte, já fico feliz por ter acordado nesta cidade que me acolheu. Será isto normal? 
Cheguei ao final da semana de praxes. Tanta coisa nova. Tanta coisa aconteceu. Colegas fenomenais, laços já tão grandes. Superiores (veteranos para a malta de Lisboa) que de dia me gritam, mas também riem, e que de noite dançam comigo, partilham e até me dão o número de telemóvel. Uma semana em que fomos leiloados e eu fui comprada por oito euros e quinze cêntimos pela minha madrinha do coração (o que fez com que eu fosse jantar a casa dela). Uma semana com um rally tascas para esquecer (obrigada pelo açúcar e bolachas, madrinha). Uma semana com muita risada com os superiores, enquanto eles, mesmo estando a rir-se, nos diziam "não ria, bicho!". Uma semana que foi sendo cada vez mais divertida e menos dolorosa. Uma semana em que tive de ir com umas orelhas da Minnie e um superior disse "cada vez que eu gritar MINNIE, você canta: a mulher do Mickey a mim não me convém, NÃO ME CONVÉM! Eu não quero andar na rua com a rata de ninguém!" - ou seja, passei o dia a cantar a música. Uma semana com mais altos do que baixos. Uma semana com os pais na telepizza. Resumindo: foi das melhores semanas de sempre! Quem diga que não gostou das praxes, eu não entendo. EU DIVERTI-ME MAIS DO QUE NUNCA! 
Maria Violeta

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sexta-feira, onde andas?

Cheguei ontem a Santarém. Sem vontade de dizer adeus às minhas pessoas preferidas, tinha o coração apertado e não sabia o que me esperava. Eles despediram-se e eu aqui fiquei. Com algumas paredes e uma televisão pequena. Tranquila, dentro da normal tranquilidade. Com alguma angústia, mas controlada. 
Hoje, eu resumia o presente dia da seguinte forma: gritos aos ouvidos, olhar para o chão, "excelentíssimo(a) senhor(a) superior(a) [nome do superior]", flexões de braços e de pernas, asneiras, músicas com carácter sexual, reconhecer os superiores pelos sapatos, iogurte no cabelo e no restante corpo, aula fantasma, colegas que gostam de incriminar todos com as suas PARVOÍCES, humilhação e insignificância. Por vezes, os superiores divertem-se connosco, acabando por mostrar que afinal são como nós. Mas a maioria das vezes, eles são implacáveis! 
Conclusão do dia: diga-se que conheço melhor o chão da escola do que propriamente as paredes e o tecto. 

Agora chego a casa. Casa sem ninguém. Eu desabo. Dói-me o coração. Gostava de chegar a casa e contar todas as novidades às minhas pessoas. Gostava de saber que ia vê-los e senti-los. Gostava de deixar de pensar que as saudades que tenho das minha pessoas são superiores a tudo isto! E gostava de deixar de pensar "será que eu quero isto assim tanto para estar longe de casa?". Passa tudo pela minha cabeça. Até a compra de um bilhete de ida, SEM VOLTA, para Lisboa. Já esteve mais longe. Espero que isto passe. Dizem que só custa o primeiro mês. Pronto, só falta 29 dias.
Aquela que cada vez tem menos esperança,
Maria Violeta.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quem quer casar com a Carochinha?

Oscar De La Renta:



Marchesa:






Não preciso só de noivo, não. Também preciso de uma madrinha. Madrinha essa que tenha uma conta bancária a transbordar de tanto papel verde. Futura madrinha, não me contento com Penhalta. Obrigada.



Maria Violeta

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

As coordenadas são diferentes das esperadas

Abri o e-mail com toda a fé que tinha estado ausente desde o início do processo de candidatura. Fé que eu nem sabia ser existente. Fé de uma imensidão que chegava a fazer-me acreditar piamente. Fé essa que desapareceu tão rapidamente como veio. Ao abrir, ela desapareceu. Percebi que devia ter sido mais positiva e ter acreditado mais, senão as boas vibrações não chegavam. E não chegaram mesmo! As boas vibrações ficaram por outros estudantes. Estudantes que faziam comentários cheios de felicidades nas redes sociais. Eu nem fazer o login fui capaz. Até porque, como tenho dito toda a semana, não tenho nada para dizer. Não tenho nada para contar. 
Quem comece por ler o primeiro parágrafo, pensa que eu consegui nada. Mentira. Consegui, mas não o que eu desejava com todo o meu corpo, com toda a minha alma e com toda a minha vontade. As coordenadas são diferentes das esperadas. Santarém: um pouco mais acima. Onde há touros e touradas (irónico: eu ir parar ao Ribatejo, sítio tão amante de touradas, sendo eu tão anti-touradas). Onde há um McDonald's numa rotunda. Onde há um mini centro comercial. Onde quase não há autocarros. E onde as pessoas, ao darem indicações, dizem-nos para irmos para a esquerda, enquanto o seu braço aponta para a direita. Pois, fui lá parar. No curso que eu queria, mas não na cidade que eu queria. Já me estava a imaginar a andar de metro pela minha linda cidade. E só espero que ela não pense que eu a vou abandonar de vez. Não quero que se sinta traída. Não! Eu gosto mais dela do que qualquer outra! E até prometo regressar com alguma frequência. Nos primeiros tempos, enquanto a segunda oportunidade para vir para a capital ainda está de pé, vejo a minha cidade todos os dias. Mas se mesmo no dia 29 de Setembro a cidade me disser que não me quer, lá terei de regressar apenas aos fins-de-semana. 
Estou feliz, dentro da moderação. Não estou aos pulos. Já chorei muito. Já fiquei sem ar. Mas como disse a alguém "já não choro mais!". E não, não choro mais. Os meus olhos e as minhas pálpebras agradecem. A minha mãe agradece!
Aos amigos que tanto me apoiaram, que tanto me deram a conhecer o lado positivo ("é uma nova experiência, novas pessoas!"), agradeço e peço desculpa não ter sentido, logo de início, felicidade pela vitória deles na capital. Peço desculpa aos telefonemas que não foram correspondidos, mas no momento não me sentia capaz de verbalizar e partlhar a minha dor.  Mas especialmente à C. que tanto sofreu comigo!
Maria Violeta

sábado, 11 de setembro de 2010


Saberei esta noite, à meia-noite.
Maria Violeta

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Logo agora que eu ia receber palmas...

Um pequeno convite. Uma pequena cerimónia. Sem grandes trajes ou penteados. Sem grandes massas. Poucas pessoas. Lá fui. Recebi o diploma de conclusão do secundário. Deveria receber o diploma de mérito, graças ao meu sucesso escolar. Surpresa: ninguém recebe diplomas de mérito, nem aqueles que o mereciam (eu), porque os senhores da escola estiveram de férias e tiveram reuniões até às 21h. Resultado dessa descoberta: professora que sempre sorri, levantou-se e nem sorriu; protestou. O director da escola ficou ofendido e "justificou". Maravilhoso, não?
Maria Violeta

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Foi bom enquanto durou

O verão está a despedir-se. Eu sinto-o. 
Maria Violeta

sábado, 4 de setembro de 2010

Ain't no sunshine, Bill Withers.

Das melhores... de sempre!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eles fazem-no como ninguém!

Halo, Beyonce and Chris Martin.
Em homenagem ao Haiti, Beyonce e o fabuloso Chris Martin dos Coldplay interpretam a canção Halo de uma forma única. Simplesmente, maravilhoso.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Outra ordem

O Segredo é pedir, acreditar e sentir-se como se já possuísse o que pediu. Por esta ordem. Eu peço e até consigo sentir-me e imaginar-me como se já possuísse o que pedi, mas não consigo acreditar. Não tenho fé em nada, não tenho fé em mim. Não sou confiante o suficiente para gritar a meio mundo "eu sei que vou conseguir". Prefiro logo imaginar-me a festejar a vitória, mesmo quando ainda não a consegui. Claro que é mais fácil. Todos nós sonhámos a ser princesas ou cantores de rock, pedimos, imaginámos e até brincámos a isso. Imaginamo-nos com um vestido cor-de-rosa e com uma tiara brilhante. Imaginamo-nos com uma guitarra de rock e fãs a aplaudir-nos. Essa parte é fácil. É brincar ao faz de conta. Mas conseguimos acreditar profundamente que vamos ser princesas ou estrelas de rock? Conseguimos dizer para nós próprios que vamos conseguir ser princesas? E conseguimos dizer que vamos conseguir? Só conseguimos quando não somos providos de total consciência. Eu, que tenho um medo enorme de falhar, tenho medo de acreditar e de gritar ao mundo "eu consigo" e depois não conseguir! Falhar! Não aguento falhas. Não consigo falhar. Não lido bem com a derrota. Sinto que está tudo perdido! Por isso, prefiro seguir a seguinte ordem: pedir, sentir-me como se já possuísse o que pedi e, finalmente, se conseguir, acreditar. Não sou dada a fé. Não sou de acreditar em mim, piamente. Por isso, já pedi. Por isso, já sonhei acordada e a dormir, já brinquei aos crescidos. Mas ainda não acredito totalmente. Acredito um pouco. Um pouco pequeno. 
Maria Violeta