quarta-feira, 26 de maio de 2010

A vida são dois ou três dias. Três, para aqueles mais afortunados! Mas, por vezes, tenho medo de pensar que, amanhã, já não terei o privilégio de sentir o mundo, através de todos os sentidos a que tenho direito. Isto, porque acredito no fim. Não na existência de vida através de outra forma. 
Enquanto brincava com barbies, não me apercebi que as pessoas à minha volta tinham prazo de duração na Terra. Hoje, infelizmente, fui obrigada a enfrentar esse facto. Até lá, vive-se, e com muito prazer!


Marie Violet.
HAPPY B'DAY, Alentejano do meu coração!

sábado, 22 de maio de 2010

Just keep me where the light is

Cada Rock in Rio, cada paixão. Acho que a "Paixão Rock in Rio" do ano 2010 é John Mayer. A sua estranheza em palco, as suas guitarradas, a sua voz e o ar de menino querido dão-lhe resmas de piada. Pronto, admito, estou viciada! Até podem dizer que a paixão é recente (desde ontem), mas isso interessa muito pouco. Estou mais do que rendida! Só para verem como a minha paixão tem razão de existir, ficam com um vídeo/música que já ouvi, só hoje, onze vezes seguidas.

Gravity, John Mayer.

Maria Violeta.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mais um ano, mais uma glória

Vejo a cassete. Apercebo-me que crescemos juntas. Eu sempre à tua volta, mesmo quando tinhas tantas outras caras a observar-te. Eu sempre à espera que falasses comigo, mesmo quando havia outras pessoas por perto. Eu queria sempre dar-te o melhor presente, sem saber que a nossa relação seria o melhor dos presentes. Agora sei. Mas na cassete, não. Só queria ver-te a sorrir, como ainda sorris hoje. Só queria ver aqueles trejeitos e manias que tanto me encantavam e que me levavam a querer ser uma menina como tu. Mas agora, eu, na versão de mais crescida, percebo que ainda tens esses trejeitos. São tão teus! E por vezes, gostava de voltar a trás. Trazer o que foi apagado e ignorado, como se de mais um momento se tratasse. Hoje sei que tudo é tão efémero e fugaz que decidi continuar a ver-te crescer, mas com mais atenção. A felicidade da cassete é a mesma de hoje, não te preocupes! Era incapaz de fazer desaparecer aquela felicidade que sentia. Sinto-a tão presente. Isso não envelheceu. Não. Porque quando sobes a um palco, com um traje preto e com uma cartola, essa felicidade aumenta em flecha. Fico orgulhosa de teres sido tu a teres pedido para eu nascer. Fico orgulhosa de saber que eu sou a tua irmã. Fico orgulhosa de saber que a vontade de conquista ainda está presente. Fico orgulhosa por saber que, um dia, terás rugas, cabelos brancos e um andarilho. Pois, nesse dia, tenho a certeza que conseguiste, não só, chegar à conquista, como também, vencer. O orgulho é tanto e o sentimento que nutro por ti é demasiado grande para caber em mim. Por vezes, tenho de o exteriorizar. Tenho de mostrar ao mundo quem somos, enquanto irmãs, e quem és, enquanto irmã e cidadã. Envelhecer é tão bom. Envelhece, mas sempre ao meu lado. Visita-me, mesmo com andarilho. Pois prometo que terei sempre bolachas de manteiga, um chá de camomila, um coração cheio de amor para partilhar contigo e velas num bolo de chocolate para te dizer "Mais uma vez, PARABÉNS".
Escusado será dizer: sê feliz!

P.S.: é 00:28h do dia 21.
Maria Violeta.

domingo, 16 de maio de 2010

Éue

Éues. Eu adorava não pronunciar os éues. Seria tão mais feuiz. Todos uevavam-me menos a sério, mas eu seria definitivamente mais feuiz. 
Fauaria com mais frequência sobre fuores, sobre a feucidade imensa quando vejo as chamas numa uareira acesa, sobre a janeua que dá para a fuoresta perto de minha casa e até sobre a infuação. 
Só peço que me ensinem a fauar assim. Auguém? 
Maria Vioueta.

sábado, 15 de maio de 2010

O último eco

Querida amiga,
Não tenho escrito para ti, é um facto. Mas também é um facto o facto - desculpa a repetição - de não querer escrever para ti. Desapareceste, por isso, acabou. Chega de tinta, chega de árvores cortadas para fazer as folhas das cartas que te envio. Chega de horas a fio sem saber o que escrever. Chega de momentos de angústia, de medo, não sabendo onde estavas e se te encontravas feliz. Acabou. Foi difícil, mas acabou. Estou pronta a seguir em frente e encarar novas caras. Deixaste-me, sozinha, nestes montes, ouvindo o meu eco. O único eco. Este eco que tem saudades de se encontrar com o teu eco. Mas não voltes. Já não sinto falta. Fica por aí. É a última carta que te escrevo. A ti. Porque continuarei a escrever a todos os outros que querem ler as minhas cartas. Adeus e... sê feliz.
Maria Violeta.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nublado, este sim era o meu estado...

Uma semana nublada se avizinha. Não só na Meteorologia, mas também na minha vida de estudante. Porque afinal de contas, o término avizinha-se e os receios do que vou encontrar também. Tudo me espera e eu espero tudo. Ansiosamente. 
Torçam por mim!


Maria Violetinha. 

Wood and strings

CherryAmy Winehouse.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Olá

Normalmente, um 'olá' é dado através das palavras ditas. Verbaliza-se. Sai em jeito de som. 
Mas desta vez, fui presenteada com um 'olá' diferente. Um 'olá' mais pessoal. Eu passei e sorri para a pessoa, em jeito de saudação. E a pessoa retribuiu. Dois sorrisos tão sinceros! Houve 'olá' sem quaisquer palavras, e soube tão bem!

Maria Violeta.

sábado, 8 de maio de 2010

Autêntico


O Rosto da Filosofia, Magritte.

Encontrei e gostei.

Maria V.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cassete de recordações

Fiquei em pé; não fui capaz de me sentar de imediato, pois havia tanto para reter. 
Pessoas sem cabelos brancos e ainda com dentes, pessoas ainda sem dentes, pessoas que sorriam, pessoas que cantavam, pessoas que tinham tranças, pessoas com as mesmas feições, pessoas ainda sem as presentes feições, pessoas sentadas, pessoas em pé, pessoas que dançavam, pessoas com amor no coração e algumas já com ódio. Algumas ainda são pessoas. Outras, infelizmente, já não o são. Fisicamente, já não o são. Algumas têm o cabelo diferente, outras já têm rebentos e cuidados, e outras, por enquanto, preferem não os ter. Mas todas elas estavam presentes com o mesmo propósito, naquele sítio: procuravam a felicidade momentânea, pois é de momentos que é feita a vida. Grande momento. Vi momentos com bolos e velas, momentos com catequistas, momentos com cd do Batatoon, momentos de coreografias e momentos de afecto. Eu estava a mil! O meu coração estava a mil!
Havia de tudo. Havia tanto para reter e assimilar. Não era novo, mas já não era nítido. Recordações, isso sim. Ficam guardadas no coração e na alma, mas, na maioria do tempo, estão arquivadas. De momentos em momentos, são abertas as gavetas do arquivo e essas recordações voltam a ser nítidas. Ontem foi assim. Vi tudo e gostei. 
A grande tristeza abraçou-me quando me apercebi que quase tudo mudou. As relações, as pessoas, os sorrisos e até aquele sítio. Aquele sítio mítico numa celebração. Agora? Agora tem uma janela que dá para o lado da vida e uma porta que dá para o lado da morte e da solidão. Apenas isso: uma porta e uma janela. Já não há momentos como aqueles presentes na minha cassete. Já não há momentos como nos filmes, em câmara lenta. Já não há sorrisos e risadas como nos filmes. Só há a porta e a janela. E aquelas recordações? São apenas isso, Recordações.  


Maria Violeta.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Não fui eu!

Reacção da Mãe ao post "Mia Madre":

A Mãe vem na minha direcção, chorosa...
- Obrigada, filha! - enquanto se embrulhava em lágrimas, abraçada a mim.
Eu, sem saber do que se tratava...
- Han?
Depois de usar o cérebro, mesmo espremida pelo amor de Mãe, após alguns segundos...
- Ah, mas não fui eu que escrevi. Foi o José Luís Peixoto! 

De qualquer forma, gostou. E eu gosto que ela tenha gostado do dom de José Luís Peixoto. Grande senhor das palavras.

Maria Violeta.

domingo, 2 de maio de 2010

Mia Madre


"Mãe, tenho pena. Esperei sempre que entendesses as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
Sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
Pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
Às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo.
A fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia mais bonita que tenho. Gosto de quando estás feliz.
Lê isto: mãe, amo-te.

Eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não escrevi estas palavras. Sim, mãe, hei-de fingir que não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste. Somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes."

Palavras para a minha mãe, José Luís Peixoto.