quinta-feira, 16 de setembro de 2010

As coordenadas são diferentes das esperadas

Abri o e-mail com toda a fé que tinha estado ausente desde o início do processo de candidatura. Fé que eu nem sabia ser existente. Fé de uma imensidão que chegava a fazer-me acreditar piamente. Fé essa que desapareceu tão rapidamente como veio. Ao abrir, ela desapareceu. Percebi que devia ter sido mais positiva e ter acreditado mais, senão as boas vibrações não chegavam. E não chegaram mesmo! As boas vibrações ficaram por outros estudantes. Estudantes que faziam comentários cheios de felicidades nas redes sociais. Eu nem fazer o login fui capaz. Até porque, como tenho dito toda a semana, não tenho nada para dizer. Não tenho nada para contar. 
Quem comece por ler o primeiro parágrafo, pensa que eu consegui nada. Mentira. Consegui, mas não o que eu desejava com todo o meu corpo, com toda a minha alma e com toda a minha vontade. As coordenadas são diferentes das esperadas. Santarém: um pouco mais acima. Onde há touros e touradas (irónico: eu ir parar ao Ribatejo, sítio tão amante de touradas, sendo eu tão anti-touradas). Onde há um McDonald's numa rotunda. Onde há um mini centro comercial. Onde quase não há autocarros. E onde as pessoas, ao darem indicações, dizem-nos para irmos para a esquerda, enquanto o seu braço aponta para a direita. Pois, fui lá parar. No curso que eu queria, mas não na cidade que eu queria. Já me estava a imaginar a andar de metro pela minha linda cidade. E só espero que ela não pense que eu a vou abandonar de vez. Não quero que se sinta traída. Não! Eu gosto mais dela do que qualquer outra! E até prometo regressar com alguma frequência. Nos primeiros tempos, enquanto a segunda oportunidade para vir para a capital ainda está de pé, vejo a minha cidade todos os dias. Mas se mesmo no dia 29 de Setembro a cidade me disser que não me quer, lá terei de regressar apenas aos fins-de-semana. 
Estou feliz, dentro da moderação. Não estou aos pulos. Já chorei muito. Já fiquei sem ar. Mas como disse a alguém "já não choro mais!". E não, não choro mais. Os meus olhos e as minhas pálpebras agradecem. A minha mãe agradece!
Aos amigos que tanto me apoiaram, que tanto me deram a conhecer o lado positivo ("é uma nova experiência, novas pessoas!"), agradeço e peço desculpa não ter sentido, logo de início, felicidade pela vitória deles na capital. Peço desculpa aos telefonemas que não foram correspondidos, mas no momento não me sentia capaz de verbalizar e partlhar a minha dor.  Mas especialmente à C. que tanto sofreu comigo!
Maria Violeta

Sem comentários:

Enviar um comentário